Rio de Janeiro, estou de frente para a Pedra da Gávea, uma paisagem para muitos cariocas símbolo de lendas e de beleza natural única. A natureza e a erosão, durante anos, formaram um rosto, uma silhueta de um homem de barba olhando para o horizonte. Essa mesma natureza que “ergue e destrói coisas belas”, nos trouxe um vírus, uma doença, uma praga maldita que está matando pessoas queridas.
Estamos em um ambiente totalmente hostil. Máscara, álcool gel, vacina…
Mas nesse exato momento, uma comunidade, com membros de Norte a Sul do país, virtualmente conectados em grupos bem organizados em diversas plataformas e dezenas de subgrupos, com os mais diversos assuntos, estão se comunicando. São empreendedores, gente de bom coração e estão todos na luta, travando suas batalhas diárias, gente incrivelmente inteligente e todos ajudando uns aos outros! Vou contar para vocês como conheci a Confraria do Empreendedor, como isso transformou a minha vida e como vai mudar a vida de milhões de pessoas.
Primeiro, deixa eu me apresentar. Me chamo Charles, sou praticamente novo na Confra. Sou empreendedor na área de atendimento ao cliente há 32 anos. Isso mesmo, antes da internet, do celular, quase um dinossauro. Só para contextualizar, fiz atendimento da Teletrim kkkk! Comecei a empreender com 19 anos, quando vi uma oportunidade de negócios se eu automatizasse as chamadas de telefone e conseguisse inserir informações no Lotus 123 (o pai do Excel). Como tinha muitos parentes no Saara, uma espécie de 25 de março carioca, comecei a pedir os cheques que voltaram sem fundos, inseria as informações na planilha e um programa em Basic e com um TK 3000 rodava as chamadas. Cobrava 20% de tudo que eu conseguisse recuperar. Assim nasceu minha empresa de atendimento ao cliente, que mais tarde ficou conhecido como telemarketing, Call Center, Contact Center. Hoje trabalho para as principais empresas de nosso País, fazendo atendimento com alta tecnologia em uma plataforma omnichannel.
Quem empreende durante muitos anos devia ganhar faixas igual no jiu jitsu. Não é uma vida fácil e o tempo deixa calos, cicatrizes e às vezes alguns hematomas. O ano de 2019 quase estava levando meu negócio a knockout. Estava perdendo clientes. A digitalização do atendimento e a automação estavam tornando o antigo e velho bom atendente de call center em um subemprego.
Estava em São Paulo já no fim de 2019 para uma reunião de desligamento de um grande cliente. Toca o telefone ao fim da fatídica reunião. Uma grande amiga Mel Sayon. Uma daquelas pessoas que aparecem na sua vida como verdadeiros anjos da guarda, ou como o próprio canal dela no YouTube, Livenewsbr, fala, uma pessoa que dá valor a quem tem propósito. Me convida para um jantar da Confraria. Disse a ela que estava derrotado, que iria para o hotel dormir, mas se vocês já tiveram o prazer de conhecer minha amiga, o não vou, nunca estave nos planos dela.
Peguei um táxi no hotel, mas o motorista cometeu um pequeno engano e ao invés de me deixar na porta da casa onde seria o evento, paramos na porta de um bar. Um bar vazio. Tocava ao fundo um sertanejo de sofrência. Depois de dizer alguns palavrões mentalmente e matar Mel com requintes de tortura por me levar naquele lugar, vi que mais a frente existia uma fila e me direcionei ao lugar.
- É aqui o evento da Confraria do Empreendedor?
Uma simpática recepcionista me deu um sorriso, disse que sim, perguntou meu nome e colocou vendas nos meus olhos. Vou repetir. Colocou vendas nos meus olhos….liguei para minha esposa nesse momento, falei o que estava acontecendo. Que eu estava vendado, que a Mel era m-a-l-u-c-a.
Como estava sem enxergar nada, fui direcionado à minha mesa. Onde já estavam pessoas sentadas, inclusive a própria Mel, que já estava às gargalhadas com a situação. Sentei…
Estavam na minha mesa além de Mel, Diogo e Francisco Guetti. Serviram o jantar (delicioso) que tínhamos que comer com as mãos e o clima na mesa era de total descontração. Conheci a confra de olhos vendados.
Nessa ocasião pude falar um pouco sobre um projeto que tinha engavetado: o Quitei. Uma proposta audaciosa demais para um simples mortal como eu. Alfabetizar pessoas financeiramente, através de uma plataforma de atendimento a inadimplentes. Uma verdadeira revolução educacional e comportamental.
- Amigo, você está no lugar certo para apresentar seu sonho. Aqui tornamos sonhos em empresas que geram valor, falou Diogo.
Dias depois já estava no Rio e recebi o comunicado que havia sido aceito para participar da Confra 3. E lá apresentei minha ideia. Não preciso dizer que fui acolhido por todos e com várias reuniões marcadas para que o negócio saísse do papel e ganhasse vida.
Em dezembro e 2019 conheci Victor Aracaty, através da confraria do empreendedor, e juntos começamos a trabalhar todos os dias para que o Quitei ganhasse vida e, no meio da pandemia, nasceu um novo CNPJ brasileiro.
O Quitei é uma plataforma tecnológica, que tem como objetivo desenvolver a cidadania financeira de brasileiros que estão inadimplentes. Um grande movimento social de alto impacto em nossa sociedade. Eu e Victor convidamos a todos os nossos Confrades a entrarem nessa conosco, vamos tornar esse ambiente hostil para muitos em uma jornada de generosidade e acolhimento.
Saudações Confrades! Obrigado por vocês estarem sempre ai!
*Escrito por: Charles